terça-feira, 14 de abril de 2009

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Filão Religioso, por Ricardo Gondim


Recebi por e-mail e não podia deixar de postar!

O Filão Religioso

por Ricardo Gondim

As Casas Bahia disputam o mesmo mercado que a Magazine Luiza. As duas lojas se engalfinham para abocanhar o filão dos eletrodomésticos, guarda-roupas de madeira aglomerada e camas de esponja fina. Buscam conquistar assalariados, serralheiros, aposentados e garis. Em seus comercias, o preço da geladeira aparece em caracteres pequenos, enquanto o valor da prestação explode gigante na tela da televisão. A patuléia calcula. Não importa o número de meses, se couber no orçamento, uma das duas, Bahia ou Luiza, fecha o negócio - o juro embutido deve ser um dos maiores do mundo.
Toda noite, entre oito e dez horas, a mesma lengalenga se repete nos programas evangélicos. Pelo menos quatro “ministérios” concorrem em outro mercado: o religioso. Todos caçam clientes que sustentem, em ordem de prioridade, os empreendimentos expansionistas, as ilusões messiânicas e o estilo de vida nababesco dos líderes. Assim, cada programa oferece milagres e todos calçam suas promessas com testemunhos de gente que jura ter sido brindada pelo divino. Deus lhes teria abençoado com uma vida sem sufoco. Infelizmente, o preço do produto religioso nunca é explicitado. Alardeia-se apenas a espetacular maravilha.
Considerando que a rádio também divulga prodígios a granel, como um cliente religioso pode optar? Para preferir uma igreja, precisa distinguir sobre qual missionário, apóstolo, pastor ou evangelista, Deus apontou o dedo. E se tiver uma filha com leucemia aguda, não pode errar. Ao apelar para uma igreja com pouco poder, perde a filha.

O correto seria freqüentar todas. Mas como? Em nenhuma dessas igrejas televisivas o milagre é gratuito ou instantâneo. As letrinhas, que não aparecem na parte de baixo do vídeo, afirmariam que, por mais “ungido” que for o missionário, um monte de exigência vem embutida na promessa da bênção. É preciso ser constante nos cultos por várias semanas, contribuir financeiramente para que a obra de Deus continue e, ainda, manter-se corretíssimo. Um deslize mínimo impede o Todo Poderoso de operar; qualquer dúvida é considerada uma falta de fé, que mata a possibilidade do milagre.
Lojas de eletrodoméstico vendem eletrodoméstico, óbvio. Igrejas evangélicas comercializam a idéia de que agenciam o favor divino com exclusividade. E por esse serviço, cobram caro, muito caro. Afinal de contas, um produto celestial não pode ser considerado de quarta categoria. A "Brastemp" espiritual que os teleevangelistas oferecem vem do céu.

O acesso ao milagre se complica, porque todos mercadejam o mesmo produto. Os critérios de escolha se reduzem a prazo de entrega, conforto e garantia.

Opa, quase esqueci! As lojas, em conformidade com o Código do Consumidor, são obrigadas a dar garantia, mas as igrejas evangélicas não dão garantia alguma. O cliente nunca tem razão. Quando a filha morrer de leucemia, o pai, além de enlutado, será responsabilizado pela perda. Vai ter que escutar que a menina morreu porque ele “deu brecha” para o diabo, não foi fiel ou não teve fé.
Mercadologicamente, Casas Bahia e Magazine Luiza estão bem à frente das igrejas. Melhor assim, geladeira nova é bem mais útil do que a ilusão do milagre.

Soli Deo Gloria.
http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.painel.asp?tp=73

domingo, 12 de abril de 2009

Good Friday?




Acabei de reparar que o nome em ingles para esta data tão especial pode ser entendido de uma maneira completamente diferente do nome em português. Sexta-feira Santa tem som de feriado religioso. Good Friday, por outro lado, não soa como nada demais.

Daonde surgiu a idéia de que o dia em que Jesus foi crucificado seria um bom dia? Será que foram os fariseus, que enquanto tudo acontecia conversavam e faziam piada dizendo: “A partir de hoje, todo ano, esse dia será denominado como a Boa Sexta-Feira, afinal de contas, foi o dia em que pegamos aquele safado de jeito!”. Talvez tenha sido o próprio Barrabás, que depois daquele dia fatídico, todo ano celebrava com uma grande festa o dia em que aquele bando de otário livrou ele da condenação pra pendurar aquele profetinha doido. Se pensarmos em Sexta-feira Santa, me pergunto quem é que pensaria em considerar santo um dia em que alguém foi injustiçado, maltratado, torturado, espancado e assassinado.

Descobri alguns minutes atrás que na Alemanha essa data tem um nome que poderia ser traduzido como Sexta-feira de luto (alemães de plantão me corrijam). Se é verdade não sei, mas faz muito mais sentido. Um dia de luto pelo sacrifício de Jesus por nós. De bom mesmo, só o fato de que, diferente de outros lutos, sabemos que daqui a pouco a podemos celebrar a ressurreição!

Independente da origem e do nome que se dá, foi o contraste dos nomes com os acontecimentos deste dia que me fizeram parar pra pensar. Mesmo depois do filme “A Paixão de Cristo” mostrar tão nua e cruamente aquilo que antes apenas poderíamos imaginar (mas que quase ninguém imaginava ser tão sinistro) sobre como foram provavelmente as últimas horas de Jesus antes da crucificação, nós tendemos a esquecer que nós celebramos a Páscoa e a nossa salvação devido ao alto preço pago no Calvário. Quem aqui realmente parou pra pensar em tudo o que foi feito, em tudo o que foi sofrido na cruz por VOCÊ? Nao tem como celebrarmos a ressurreição sem lembrar-nos do sacrifício e morte de Cristo por cada um de nós.